PRÉ-MODERNISMO
O Pré-Modernismo aconteceu nas duas primeiras decadas do sec.XX, período em que os movimentos literários (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo) se apresentaram como períodos ecléticos (mistura); os artistas brasileiros não sabiam para onde deveriam direcionar sua arte e por causa dessa miscelânia da arte, resolveram dar um "basta" a essa mistura, realizando nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal em São Paulo, a "Semana da Arte Moderna" e com sua realização se tem o termino do Pré-Modernismo e início de um novo período literário, o Modernismo.
Caracteristicas do Pré-Modernismo:
Foi um movimento literário, mas que não constitui verdadeiramente um estilo, e sim uma transição entre as tendências modernas européias e o Modernismo. Portou autores com estilos levemente diferenciados, uns com raízes nos movimentos anteriores, outros rumando para mudanças drásticas. Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato foram autores que se preocuparam em mostrar o Brasil que a população não conhecia em suas obras. Augusto dos Anjos, ainda um pouco preso às vanguardas européias, injeta um cientificismo e um pessimismo pouco aplicáveis à mentalidade desse movimento; mas, como se trata apenas de um movimento de transição, este também se encaixa.
A denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo. Regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha; o vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto. Os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos. Uma ligação com fatos políticos, econômicos o sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção. São exemplos: Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (retrata o governo de Floriano Peixoto e a Revolta da Armada), Os Sertões, de Euclides da Cunha (um relato da Guerra de Canudos), Cidades mortas, de Monteiro Lobato (mostra a passagem do café pelo vale do Paraíba paulista), e Canaã, de Graça Aranha (um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo). Como se observa, essa "descoberta do Brasil" é a principal herança desses autores para o movimento modernista, iniciado em 1922.
Autores
Euclides da Cunha: Repórter da Guerra
Monteiro Lobato: A Realidade Brasileira
Lima Barreto: O "marginal"
Graça Aranha: A Literatura no Espírito Santo
Augusto dos Anjos: O Pessimista

O morcego
Meia noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o tecto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
(Augusto dos Anjos)
O Pré-Modernismo aconteceu nas duas primeiras decadas do sec.XX, período em que os movimentos literários (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo) se apresentaram como períodos ecléticos (mistura); os artistas brasileiros não sabiam para onde deveriam direcionar sua arte e por causa dessa miscelânia da arte, resolveram dar um "basta" a essa mistura, realizando nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal em São Paulo, a "Semana da Arte Moderna" e com sua realização se tem o termino do Pré-Modernismo e início de um novo período literário, o Modernismo.
Caracteristicas do Pré-Modernismo:
Foi um movimento literário, mas que não constitui verdadeiramente um estilo, e sim uma transição entre as tendências modernas européias e o Modernismo. Portou autores com estilos levemente diferenciados, uns com raízes nos movimentos anteriores, outros rumando para mudanças drásticas. Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato foram autores que se preocuparam em mostrar o Brasil que a população não conhecia em suas obras. Augusto dos Anjos, ainda um pouco preso às vanguardas européias, injeta um cientificismo e um pessimismo pouco aplicáveis à mentalidade desse movimento; mas, como se trata apenas de um movimento de transição, este também se encaixa.
A denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo. Regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha; o vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto. Os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos. Uma ligação com fatos políticos, econômicos o sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção. São exemplos: Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (retrata o governo de Floriano Peixoto e a Revolta da Armada), Os Sertões, de Euclides da Cunha (um relato da Guerra de Canudos), Cidades mortas, de Monteiro Lobato (mostra a passagem do café pelo vale do Paraíba paulista), e Canaã, de Graça Aranha (um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo). Como se observa, essa "descoberta do Brasil" é a principal herança desses autores para o movimento modernista, iniciado em 1922.
Autores
Euclides da Cunha: Repórter da Guerra
Monteiro Lobato: A Realidade Brasileira
Lima Barreto: O "marginal"
Graça Aranha: A Literatura no Espírito Santo
Augusto dos Anjos: O Pessimista

O morcego
Meia noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o tecto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
(Augusto dos Anjos)
