
LER É ENTENDER O MUNDO?
Ao ler esta propaganda, não entendam Cariacica como uma cidade suíça, alemã ou símile de Santa Teresa no Espírito Santo, ou ainda Santa Maria de Jetibá. Cariacica é uma cidade de população grande maioria mestiça: negra, mulata, bronzeadinha, morena, cor de burro quando foge ou vários tons tupiniquins. É que na hora de fazer o panfleto não consultaram o prefeito, que é politicamente correto, nem os secretários, que pensam como o prefeito, nem os vereadores, que são muito bem instruídos. Pensaram apenas na população que é em sua maioria loira, de olhos verdes, e nos alunos de Cariacica, também loiros, de olhos azuis e que gostam muito de estudar. Reparem na face de menino bem comportado e com jeito de anjo. Acho que é uma asa atrás dele. Só faltaram os cabelos encaracolados como dos anjos daquelas pinturas clássicas de Rafaello, pintor italiano. Os cariaciquenses estão muito bem representados na foto. Aliás por que não fizeram também uma foto da Câmara Municipal com seus membros todos de diploma de curso superior na mão e com aquele símbolo da justiça e eqüidade atrás? Justiça seja feita: em Cariacica, só quem não entende o mundo, não participa nem descobriu um mundo novo ainda são os professores municipais. Só eles estão atrasados e não sabem o que é educação, o que é leitura, o que é participar. Justiça seja feita: esse não é o pensamento sobre o magistério de Cariacica. Pensa-se o mesmo sobre Vitória, Vila Velha, Viana, então, Deus me livre. Sobre os professores do Estado do Espírito Santo de forma geral. Não existe classe mais manipulada e sem expressão que esta. Não sei quem foi quem disse que “as coisas mudam de nome, mas continuam sendo o que sempre serão”. Os partidos são partidos, estão partidos, serão partidos e não há quem os emende. Nem sociocrata, nem putocrata (perdoem-me, eu quis dizer plutocrata), nem democrata (desses eu morro de medo), nem liberal, nem libertino, nem petista, nem positivista, nem freirista, nem lulista, nem o mal que há de vir sobre o nosso Espírito Santo nos próximos anos. Não me considerem um blasfemador nem herege. Não queiram me queimar na fogueira das inquisições, mas, se o magistério é desprezado hoje, quando a oposição voltar ao poder centenário, que sempre pertenceu a ela, valorização do magistério será piada.
E vivam os nossos representantes na câmara municipal, na assembléia estadual, no congresso nacional, que não sabem como eu não sei (a fazer leis em benefício próprio), que vivem como eu nunca viverei (a querer que a população participe da transformação do mundo e sem participar economicamente do desenvolvimento nacional).
Eu, que sou professor, é que não descobri ainda como a educação pode contribuir na redução do semi-analfabetismo e na incultura do povo brasileiro. Paulo Freire sabia, mas não contou para ninguém.
Em tempo: Não há nenhum erro de uso da crase ou de vírgula no verso da propaganda.
Ao ler esta propaganda, não entendam Cariacica como uma cidade suíça, alemã ou símile de Santa Teresa no Espírito Santo, ou ainda Santa Maria de Jetibá. Cariacica é uma cidade de população grande maioria mestiça: negra, mulata, bronzeadinha, morena, cor de burro quando foge ou vários tons tupiniquins. É que na hora de fazer o panfleto não consultaram o prefeito, que é politicamente correto, nem os secretários, que pensam como o prefeito, nem os vereadores, que são muito bem instruídos. Pensaram apenas na população que é em sua maioria loira, de olhos verdes, e nos alunos de Cariacica, também loiros, de olhos azuis e que gostam muito de estudar. Reparem na face de menino bem comportado e com jeito de anjo. Acho que é uma asa atrás dele. Só faltaram os cabelos encaracolados como dos anjos daquelas pinturas clássicas de Rafaello, pintor italiano. Os cariaciquenses estão muito bem representados na foto. Aliás por que não fizeram também uma foto da Câmara Municipal com seus membros todos de diploma de curso superior na mão e com aquele símbolo da justiça e eqüidade atrás? Justiça seja feita: em Cariacica, só quem não entende o mundo, não participa nem descobriu um mundo novo ainda são os professores municipais. Só eles estão atrasados e não sabem o que é educação, o que é leitura, o que é participar. Justiça seja feita: esse não é o pensamento sobre o magistério de Cariacica. Pensa-se o mesmo sobre Vitória, Vila Velha, Viana, então, Deus me livre. Sobre os professores do Estado do Espírito Santo de forma geral. Não existe classe mais manipulada e sem expressão que esta. Não sei quem foi quem disse que “as coisas mudam de nome, mas continuam sendo o que sempre serão”. Os partidos são partidos, estão partidos, serão partidos e não há quem os emende. Nem sociocrata, nem putocrata (perdoem-me, eu quis dizer plutocrata), nem democrata (desses eu morro de medo), nem liberal, nem libertino, nem petista, nem positivista, nem freirista, nem lulista, nem o mal que há de vir sobre o nosso Espírito Santo nos próximos anos. Não me considerem um blasfemador nem herege. Não queiram me queimar na fogueira das inquisições, mas, se o magistério é desprezado hoje, quando a oposição voltar ao poder centenário, que sempre pertenceu a ela, valorização do magistério será piada.
E vivam os nossos representantes na câmara municipal, na assembléia estadual, no congresso nacional, que não sabem como eu não sei (a fazer leis em benefício próprio), que vivem como eu nunca viverei (a querer que a população participe da transformação do mundo e sem participar economicamente do desenvolvimento nacional).
Eu, que sou professor, é que não descobri ainda como a educação pode contribuir na redução do semi-analfabetismo e na incultura do povo brasileiro. Paulo Freire sabia, mas não contou para ninguém.
Em tempo: Não há nenhum erro de uso da crase ou de vírgula no verso da propaganda.
(David Bellmond)

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