quarta-feira, 1 de julho de 2009

EIS A POESIA (8)

VERSOS NEGROS

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...

O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.

(...)
(Castro Alves)

Nenhum comentário: