
QUEM FOI GREGÓRIO DE MATOS?
Gregório de Matos Guerra tinha a pele parda, pois era descendente de negro. Tinha um bigode igual àqueles de português das piadas contadas no Brasil. Gregório tinha um nariz obtuso, comprido mesmo, era alto, forte e de olhos castanhos. O moço ganhou o apelido de "Boca do inferno" porque era muito crítico, severo e sarcástico nas suas poesias. Dizem que ele era tão irreverente que foi expulso da igreja católica. Igual a ele só o Bocage, poeta português que não media as palavras para falar da alta sociedade. Amado ou odiado, Gregório entrou para a história como o primeiro poeta brasileiro...e baiano.
SONETO
A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar cabana e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha,
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.
(Gregório de Matos Guerra)
Gregório de Matos Guerra tinha a pele parda, pois era descendente de negro. Tinha um bigode igual àqueles de português das piadas contadas no Brasil. Gregório tinha um nariz obtuso, comprido mesmo, era alto, forte e de olhos castanhos. O moço ganhou o apelido de "Boca do inferno" porque era muito crítico, severo e sarcástico nas suas poesias. Dizem que ele era tão irreverente que foi expulso da igreja católica. Igual a ele só o Bocage, poeta português que não media as palavras para falar da alta sociedade. Amado ou odiado, Gregório entrou para a história como o primeiro poeta brasileiro...e baiano.
SONETO
A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar cabana e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha,
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.
(Gregório de Matos Guerra)

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