OS FEIOS
Eram o feio e a feia
Na entrada de um shopping Center
Com seus belíssimos
Cartões de crédito
E seus charmosíssimos
Talões de cheque
E seus caríssimos mantos reais,
Arrancando saudações sorridentes
Dos vendedores e gerentes,
Roubando olhares amistosos
Dos banqueiros gananciosos.
Plástica pra quê
Se dinheiro traz beleza e poder
Quando o feio ama a feia
E a feia ama o feio?
No entanto o feio sai cedo de casa
Em trajes domésticos e comuns
Para comprar o jornal da manhã
Sem cartões de crédito
Sem cheques coloridos
E a polícia o prende
Confundindo-o com algum bandido.
A feia apavorada
Não chama o advogado
E, ao tentar inocentar o feio,
É presa por atentado ao pudor.
(David Bellmond)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
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